Bolo de
azeite e mel
200 g de açúcar
200g de farinha com fermento
4 ovos
2dl de azeite
2dl de mel mal medidos
1 colher de café de erva-doce moída
1 colher de café de canela em pó
Deita-se numa tigela o
açúcar, o mel, o azeite e os ovos. Depois de se ter batido muito bem, junta-se
a erva-doce, a canela e por fim a farinha, batendo sempre. Vai ao forno a cozer
em forma de chaminé, untada com manteiga e polvilhada com farinha, cerca de
quarenta minutos.
Ao gosto danado, o doce é
amargo.
Bolo de
amêndoa alentejano
500 g de açúcar
500g de miolo de amêndoas
125g de farinha de trigo
14 gemas
10 claras
Açúcar para polvilhar
Batem-se as gemas muito
bem com o açúcar, junta-se a amêndoa pelada e passada pela máquina,
adicionam-se as claras em castelo e por fim a farinha. Envolve-se e deita-se a
mistura num tabuleiro untado com manteiga e polvilhado com farinha, e vai ao
forno a cozer. Depois de cozido e frio, corta-se aos quadrados que se passam
por açúcar.
Bolo de
requeijão à antiga
500 g de açúcar
6 ovos
200g de manteiga
500g de requeijão
250g de farinha com fermento
Bate-se o açúcar com
manteiga derretida. Juntam-se as gemas, batendo sempre, o requeijão, a farinha
e, por fim, as claras em castelo, só a envolver. Vai ao forno a cozer em forma
untada com manteiga e polvilhada com farinha.
O que é doce nunca
amargou.
Fidalgo
15 gemas
375g de açúcar
Água
Açúcar baunilhado
Leva-se o açúcar ao lume
com metade do seu peso de água. Quando estiver em ponto de pérola forte,
retira-se do lume e deixa-se amornar. Misturam-se as gemas cortadas com uma
faca, volta ao lume, mexendo sempre, até estarem muito espessas, junta-se um
pouco de açúcar baunilhado e envolve-se bem. Colocam-se num prato e ficam em
repouso até ao dia seguinte. Misturam-se depois os ovos moles com 400g de fios
de ovos. Arma-se o bolo, sobre numa placa de forma de tarte forrada com papel vegetal levemente untada. Coloca-se o doce
em monte e com uma faca forma-se um bolo redondo com a superfície lisa.
Fazem-se nove trouxas de ovos. Seis cortam-se ao meio, cada metade dobra-se
também ao meio e colocam-se sobre o bolo, colocando os bicos das trouxas para o
centro. As outras três trouxas cortam-se às tiras para cobrir os lados. Depois
coloca-se à volta uma tira de papel levemente untada com manteiga e apertada
com alfinete. Leva-se ao forno, só com o gratinador, durante uns minutos.
Quando começar a queimar as pontas das trouxas, desliga-se o fogão e deixa-se
ficar, para secar um pouco. Serve-se frio, sem o papel à volta.
Arroz-doce
à alentejana
250g de arroz
1l de leite
300g de açúcar
1 limão
Canela
Coze-se o arroz em água
com umas pedrinhas de sal. Põe-se o leite ao lume com o açúcar e a casca de
limão cortada fininha. Logo que o arroz esteja a meio da cozedura, deita-se no
leite, que também deve estar a ferver. Deixa-se cozer bem e serve-se em
travessa, polvilhado em canela.
Sopa
dourada
500g de açúcar
250g de água
30g de miolo de amêndoa
100g de pão
16 gemas
Manteiga para fritar o pão
Canela em pó
Leva-se o açúcar com água
ao lume a ferver até ter ponto de pérola. Mistura-se a amêndoa pelada pela
máquina. Arrefece e misturam-se as gemas previamente batidas e o pão cortado
aos quadradinhos frito em manteiga. Volta ao lume, para cozer as gemas.
Deita-se em taça e polvilha-se em canela.
Broas de
massa finta (Sousel)
250g de açúcar
250g de massa de pão levada
100g de banha
Canela em pó
1 limão
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
Farinha até tender
Bate-se a banha com o
açúcar, junta-se a massa até desfazer, envolvendo bem com as mãos, mistura-se a
farinha com o bicarbonato, até tender, a canela e a casca de limão ralada.
Amassa-se e formam-se umas bolas, que vão ao forno a cozer em tabuleiros
polvilhados com farinha.
Broas de
torresmos de Sousel
250g de farinha
250g de massa de pão levedada
250g de açúcar
250g de torresmos
2 ovos
1 colher de chá de canela
1 colher de chá bem cheia de erva-doce moída
1 cálice de água ardente
Cortam-se os torresmos
miudinhos e levam-se ao lume a fritar um pouco. Deitam-se em seguida sobre a
farinha para a escaldar, mexendo bem, com uma colher de pau. Misturam-se todos
os ingredientes e envolve-se. Deita-se a massa ao montinhos, com uma colher,
num tabuleiro polvilhado com farinha. Douram-se com gema de ovo e polvilham-se
com açúcar. Vão ao forno a cozer.
Biscoitos
brancos de Sousel
10l de farinha bem medidos
1kg de pão em massa
500g de banha
1 pitada de sal
2kg de açúcar
Água fervida com erva-doce e canela em pau
Amassa-se a farinha com o
pão em massa, o chá de erva-doce, o sal, a banha derretida e o açúcar.
Trabalha-se muito bem a massa e tapa-se com um cobertor. Deixa-se levedar.
Depois tendem-se biscoitos grandes, que se levam ao forno para cozer.
Bolema de
mel
500g de massa de pão1 colher de café de erva-doce moída
1dl de azeite
250g de açúcar
1dl de mel
1 colher de chá de fermento em pó
6 ovos
Açúcar e canela para polvilhar
Deita-se a massa de pão
numa tigela e trabalha-se com o azeite e mel. Mistura-se a erva-doce, os ovos,
e o fermento em pó, batendo bem. Vai ao forno a cozer em tabuleiro untado com
manteiga e polvilhado com farinha. Por cima polvilha-se com açúcar e canela.
Depois de desenformado corta-se aos quadrados.
Quem lida com mel sempre
lambe os dedos.
Azevias à
alentejana
PARA A MASSA
500g de farinha50g de açúcar
60g de banha
20g de manteiga
1 laranja
1 colher de sopa de aguardente velha
2dl de água
1 pitada de sal
Deita-se a farinha num
alguidar com umas pedrinhas de sal, o açúcar, a banha e a manteiga. Esfrega-se
tudo com a palma da mão, até as gorduras estarem absorvidas. Deita-se sumo, a
casca da laranja ralada e a aguardente. Amassa-se, adicionando a água aos
golinhos. Descansa durante meia hora. Estende-se com o rolo, enfarinhando a
pedra da mesa ligeiramente. Cortam-se pastéis, dando-lhes a forma ablonga,
recheia-se cada um com uma colherzinha de doce de grão.
PARA A MASSA
500g de açúcar250g de água
500g de grão-de-bico
1 colher de chá de canela
1 limão
50g de miolo de amêndoa
Demolha-se o grão de um
dia para o outro. Pela-se, coze-se e faz-se em polme. Põe-se o açúcar ao lume
com a água e a casca do limão ralada. Ferve até ter ponto de pérola e junta-se
o polme de grão, o miolo de amêndoa pelado e ralado e a canela, mexendo sempre,
até fazer estrada no fundo do tacho. Arrefece, recheiam-se as azevias e
fritam-se em azeite ou óleo a ferver. Escorrem-se em cima de papel pardo e
polvilham-se com açúcar e canela.
Azevias com
miolo de pão
PARA A MASSA
1dl de banha derretida0,5dl de aguardente
1 ovo pequeno
0,5dl de sumo de laranja
250g de farinha
Açúcar para polvilhar
Deitam-se num alguidar o
ovo inteiro, a banha e a água ardente. Mistura-se a farinha e amassa-se muito
bem com o sumo de laranja. Descansa durante meia hora, coberta com um pano.
Estende-se a massa o mais fino possível, recheia-se com uma colher de chá de
doce de miolo de pão. Dobra-se ao meio e corta-se com uma carretilha, formando
meias luas.
Fritam-se em óleo e ainda quente polvilham-se com açúcar.
Fritam-se em óleo e ainda quente polvilham-se com açúcar.
PARA O RECHEIO
125g de miolo de pão1dl de mel
0,5dl de água
1 colher de café de canela em pó
1 colher de café de erva doce moída
1 limão
Leva-se ao lume o mel com
a água, a casca do limão ralada, a erva-doce e a canela. Logo que ferva
mistura-se o pão, ferve um pouco e tira-se do lume. (Não deve ferver muito,
para não ficar duro).
Com papas e bolos se engam
meninos e tolos.
Fatias
Douradas
7dl de leite
60g de açúcar
1 pau de canela
Casca de limão
4 ovos inteiros
Óleo para frita
Açúcar e canela para polvilhar
Corta-se o pão às fatias
com a grossura de um dedo. Leva-se ao lume a aquecer o leite com o açúcar, o
pau de canela e a casca de limão. Quando este está morno, rega-se o pão para
abeberar. Passa-se o pão pelos ovos batidos e frita-se no óleo quente, virando
para fritar dos dois lados. Escorrem-se, colocam-se num prato e polvilham-se
com açúcar e canela.
Nota – Podem servir-se as fatias com xarope de açúcar em ponto de fio.
Filhós de
forma (Cano)
3 ovos inteiros2,5dl de leite morno
Casca de limão
130g de farinha
35g de manteiga
Açúcar para polvilhar
Óleo para fritar
Ao leite morno junta-se a
manteiga derretida, a casca de limão cortada fininha e os ovos batidos. Por
fim, a farinha, batendo sempre, até ficar uma massa homogénea. Põe-se o óleo ao
lume até ferver e aquece-se nele a forma de cabo com o feitio de flor. Em
seguida molha-se na massa sem deixar chegar até cima, mergulha-se novamente no
óleo a ferver, sacudindo a forma para as soltar. Escorrem-se e servem-se
polvilhadas com açúcar.
Nogados do
Cano à antiga
3 ovos35g de manteiga derretida
Sal
Farinha até tender
Óleo para fritar
Com a mão, batem-se muito
bem os ovos com umas pedras de sal. Junta-se a manteiga e a farinha até tender.
Estende-se a massa com o rolo a formar três discos com cerca de vinte
centímetros de diâmetro, que se sobrepõem polvilhado com farinha, para não se
pegarem. Depois enrolam-se os três discos, formando um rolinho, que se corta
com uma faca em tiras de dois centímetros. Colocam-se numa peneira e sacode-se
toda a farinha. Em seguida fritam-se em óleo quente. À parte, leva-se ao lume
um tacho com 3,5dl de mel, um pau de canela e um bocadinho de casca de limão.
Logo que obtenha ponto de pasta, deita-se a massa fria e dão-se-lhes umas
voltas com a colher de pau. Põem-se rapidamente numa forma redonda de chaminé,
molhada com água fria, carregando com mão, para unir bem. Desenforma-se em
seguida. Depois de frio corta-se às fatias.
Nota – pode guardar-se em caixa bem fechada.
Compota de
marmelo com nozes
2kg de marmelo1,5kg de açúcar
300g de miolo de noz
Água
Lavam-se os marmelos,
tira-se-lhes a casca e as pevides e cortam-se aos bocados. Num tacho, levam-se
ao lume com o açúcar e um pouco de água até obterem ponto. Misturam-se as
nozes, ferve mais cinco minutos e retira-se.
O que é doce nunca
amargou.
1kg de tomates maduros e limpos
1kg de açúcar
1 limão
1 vagem de baunilha
Escolhem-se os tomates
maduros e sãos. Escaldam-se com água a ferver, tira-se-lhes as peles e as
sementes e põem-se num passador a escorrer. Junta-se o açúcar, a vagem de
baunilha e a casca do limão cortada fininha. Mexe-se, põe-se ao lume, deixando
ferver devagarinho, até criar ponto. Ao sair do lume, adiciona-se o sumo do
limão.
2,5kg de açúcar
Lavam-se os marmelos
inteiros e põem-se a cozer numa panela com bastante água. Depois de cozidos,
tira-se-lhes a casca com uma faca de madeira e os caroços. Passam-se pelo passe-vite fininho. Põe-se o açúcar ao
lume com uma porção de água suficiente para o derreter e deixar-se ferver até
atingir ponto de bola. Junta-se o polme de marmelos, envolvendo bem, e vai-se
mexendo até levantar novamente fervura. Ferve um bocadinho, tira-se do lume e
bate-se um bocado. Deita-se em tigelas, que se põem ao ar durante uns dias.
VALENTE, Maria Odette Cortes – Cozinha de Portugal. Temas e Debates, 1997.